A imagem no monitor projetava uma bucetinha infantil. Como uma lagarta sem pêlos. Os dedos pouco umedecidos pareciam roçar suas pontas às portas daquele que, antes, era considerado um santuário. Não é mais. Agora é uma lona circense vermelha e amarela, com luzes de ribalta a tilintar dentro de si. Risos explodiam, dentro e fora, vindos de uma platéia idiotamente enlouquecida a praticar o voyeurismo moralizante.
Ela estava exposta. Nuamente exposta. Os fotogramas expunham sua intimidade. Sua própria invasão permitida, com os dedos a tocar sua intimidade agora não mais íntima, mas coletiva. Mulheres, homens, adolescentes, bichas e sapatas deliciavam-se batendo punhetas e siriricas com aquele pequeno cântaro que se exibia no monitor.
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